A apresentadora da "Rede BBB" (TV Globo), Ana Clara Lima, mostrou sua indignação com o caso do DJ Ivis, que agrediu a esposa, Pamella Holanda e teve as imagens do espancamento divulgadas. A ex-BBB se espantou ainda mais o músico ganhar quase 1 milhão de seguidores após o fato.

Em seu Twitter oficial, Ana Clara Lima fez um desabafo:

"Sobre uma pessoa que levanta a mão para outra estar com quase 1M de seguidores do dia para noite nem existem comentários que expliquem a seletividade do nosso povo de colocar na balança o certo e o abominável, só muito estudo mesmo para entender a cabeça das pessoas nas redes sociais", iniciou.

"Como pode meu Deus em pleno 2021 nossa sociedade ainda ter um número ALTÍSSIMO de agressão física (pq não é só de física o número alto) contra mulheres? E pior, muita gente em volta que 1: não denuncia, 2: não entra em defesa da vítima, 3: normaliza!!!", continuou.

"Ao menor sinal de violência DENUNCIE cace**!!!! Às vezes (grande parte) a vítima ta presa naquela situação horrorosa e sem entendimento do que tá passando. Antes uma denúncia sem crime que um crime impune que resulta numa morte", finalizou ela.

Em caso de violência, denuncie 

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. 

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

Não existe fama, status, dinheiro, posição social, contato ou influência que permita ele de ficar impune. Eu me calei por muito tempo. Eu sofria sozinha com minha filha, sem apoio até dos que diziam estar ali para ajudar, que eram coniventes e presenciaram tudo calados, sem interferir, com a desculpa de que eu tinha que aguentar calada.

Os trechos divulgados por Pamella foram feitos, segundo ela, na residência do casal, em datas diferentes. O UOL assistiu aos vídeos, mas por conta do teor violento não iremos compartilhá-los. Em certo momento, Ivis agride a mulher com ela próxima ou até mesmo segurando a filha Mel, de nove meses. 

Em seu perfil no Instagram, que já contabiliza mais de 1,6 milhão de seguidores, Pamella ainda afirma que muitas pessoas alegaram que esse era o "temperamento" de DJ Ivis e que se ela quisesse conviver com ele, teria que se sujeitar e ser submissa. "Não se calem. Não se calem jamais. Eu não vou me calar", pontuou.

Em outro post, publicado nos Stories, ela declara: "Por mim e por você, minha filha. Que sentia junto comigo, antes de nascer, a angústia e o medo. Estamos salvas". Em um novo trecho, ela manda um recado para o artista: "E você nunca foi um cara de família, até porque você não sabe o que é ser uma." 

No último dia 3 de julho, Pamela foi à polícia e fez um boletim de ocorrência por agressão contra Ivis. No dia seguinte, o MP (Ministério Público) solicitou uma medida protetiva para a mulher e a filha, o que foi concedido pelo TJ-CE (Tribunal de Justiça do Ceará). A Polícia Civil do Ceará disse que investiga o caso, mas que só teve acesso aos vídeos ontem (11). O UOL tentou contato com Pamela e Ivis, mas ainda não obteve retorno.