Beatriz Paiva, de 25 anos, é artista visual paraense, moradora de Belém, lésbica e foi convidada para expor no Museu do Louvre, em Paris, no ano que vem. Sem condições financeiras, ela iniciou uma campanha de arrecadação pela internet para custear a viagem. A campanha ainda está longe da meta e obteve 27 apoiadores, até esta segunda-feira (28), quando foi comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIA+.

A artista conta que pesquisa sobre a relação da arte com a cidade, afetividade, o corpo afetivo da mulher preta e "lesbianidade". Nas obras, ela retrata o cotidiano, a rua e as relações afetivas.

Na publicação da campanha, ela relata sobre a dificuldade para conseguir resposta de museus e galerias no Brasil e que, por isso, nunca esperava um convite como este. "Ainda é surreal, mas é a realidade", diz.

"A questão é que minha família não é rica para bancar essa viagem, e eu, muito menos. Por isso criei uma vaquinha online para que eu possa arrecadar dinheiro para esse momento realmente acontecer. Óbvio que se é pra ter obra minha no museu mais importante do mundo, eu quero estar lá pra ver bem de perto!!"

Sobre as obras, ela relata que fazem parte do processo de experimentação que tem feito desde 2020. Uma das peças é sobre o tio, Mário Puska, que é mestre de carimbó em Curuçá, município do nordeste do Pará, distante 139 quilômetros de Belém. Outra, traz o avô, Sérgio Moraes, que foi jogador do clube do Remo. Também há uma obra sobre o primo, Milton Jaime, que, segundo ela, já foi vítima de racismo.