Júlia Gama ficou em segundo lugar no Miss Universo, feito que o país não alcançava há 13 anos. Com 28 anos recém-completados, a gaúcha agora faz planos para o futuro depois da projeção alcançada por sua participação, mas avisou que está se aposentando dos concursos após o resultado desse ano.

"Continuo com o título de Miss Universo Brasil até que seja eleita a próxima, então sigo com as minhas atividades. Mas essa foi minha última competição. Tive a honra de estar nos dois maiores concursos de beleza do mundo e eu levo isso no meu coração para sempre. Representar o Brasil vai ser pra sempre uma das maiores honras da minha vida. Agora estou oficialmente me aposentando e pendurando a faixa", disse em entrevista para a "Quem".

Segundo ela, os dias que vieram depois do anúncio do resultado têm sido incríveis. "Só no dia seguinte da final que fui entender o quão importante é ser vice Miss Universo, eu não tinha dimensão. Eu trabalhei muito para me preparar para isso, chegar naquele Top 2 e saber representar o Brasil da melhor maneira possível", afirmou. 

Mas quando fiquei em segundo lugar naquela noite, era um mix de emoções que eu não sabia o que significava. No dia seguinte, quando acordei com a enxurrada de mídia atrás de mim, televisões dos Estados Unidos, propostas de trabalhos, fãs que cresceram nas minhas redes sociais de maneira absurda, aí começou a cair a ficha. 

Questionada sobre as emoções que sentiu no palco do Miss Universo, Julia se abriu. "Minha sensação era, primeiro, que eu tinha feito tudo que devia ter feito para estar ali e que, na verdade, minha vida inteira havia me preparado para viver aquilo. Eu me sentia em casa, o lugar onde pertenço. É uma sensação que eu não esperava, mas foi tão incrível, era natural para mim estar ali";

"Eu esperava estar supernervosa e tensa, mas estava superconfortável. Tivemos muitas provas durante o confinamento e eu tinha dentro de mim que estaria no Top 21 porque tinha noção que tinha ido muito bem. E tinha também a sensação de que estava preparada para ser a Miss Universo. Mas sempre disse que tinha uma chance de 74", frisou em seguida. 

Ela continuou: "Tenho muito respeito e admiração por todas as candidatas, todas as meninas eram merecedoras, todas passaram por adversidades e superaram muitas coisas para estar ali. Eu sei que eu estava preparada para ser a Miss Universo, mas não era a única. Ser Top 2 é o ápice do que se pode conseguir. Aquele momento pré-coroação é o que a gente mais sonha, o tempo para naquele momento. Estar no palco, frente a frente com a outra, e você saber tudo o que viveu para estar ali, imaginar a história da outra e olhar a plateia ver o mundo inteiro reunido, torcendo, é muito bonito". 

Estar no Top 2 é uma sensação muito grande de dever cumprido, de ter feito tudo o que podia e que Deus sabe qual o melhor resultado. Nas minhas orações sempre pedi que, se fosse o melhor para mim e para todos, que eu fosse a Miss Universo, nunca pedi para ser. Então acredito que foi a medida correta. Admiro muito a Andrea, nossa nova Miss Universo, e fico muito feliz que seja uma latina, fazia anos que a coroa não vinha para a América Latina. 

Júlia também afirmou que o grupo de latinas estava bem unido neste ano. "Como grupo, torcíamos para que fosse uma de nós. Me sinto muito representada pela Andrea, desejo o melhor para ela. E agora que sei a dimensão de ser vice-Miss Universo, quero aproveitar ao máximo essa oportunidade".

Júlia também destacou que não faria absolutamente nada diferente em sua trajetória. "Vivi de maneira muito intensa minha preparação, abri mão de estar com a minha família, com meus amigos, mas era necessário para estar com a minha consciência tranquila de fazer o melhor trabalho possível". 

"Graças a Deus todos entendem que eu preciso desse espaço para trabalhar e focar e me apoiam incondicionalmente. Abri mão de muita coisa, me dediquei 100% e vivi de maneira muito intensa cada dia. Fiz muitas amizades no concurso, amizades para a vida inteira, quero muito manter contato com elas. Arrependimento nenhum", comentou.

A projeção dada pelo concurso trouxe a ela muitos convites: "Tem como atriz, como apresentadora. Eu estou sendo bombardeada de todos os lados e estou muito feliz com isso. Eu agora preciso decidir quem serão meus agentes, preciso de alguém forte aqui nos Estados Unidos, alguém que trabalhe bastante minha carreira no Brasil. Preciso entender quais são os melhores caminhos", explicou.

"Obviamente que a gente sempre pensa numa emissora forte no Brasil, que é importante, mas tem algumas possibilidades com a Disney, com a Telemundo, que é uma supercadeia latina, tem possibilidades com a CNN. Tem muita coisa acontecendo e tenho que entender o que consigo abraçar agora, o que tenho que deixar para depois, o que é mais estratégico. Mas quero aproveitar tudo ao máximo", garantiu.