Com a ajuda de agulhas, linhas e tesoura, André Luiz Cordeiro Muller, de 16 anos, morador de Garuva, no Norte de Santa Catarina, conquistou o sonho da casa própria. Depois de ter seu trabalho e esforço reconhecidos através das redes sociais, o jovem que decidiu confeccionar peças de crochê para ajudar a mãe desempregada, conseguiu arrecadar através de uma vaquinha valor suficiente para a família sair do aluguel, no fim do ano passado. Agora, mesmo com a realização, o jovem quer continuar dando visibilidade para a sua arte através da internet.

"Com certeza o crochê vai continuar para o resto da minha vida, porque foi ele que mudou minha história e a vida da minha mãe. Sou muito grato a todos que ajudaram", diz o jovem.

Como todo jovem ligado na internet, André quer compartilhar o conhecimento do crochê pelas redes sociais. Por meio de fotos e vídeos, ele fala como faz as peças e mostra novidades para mais de 26 mil seguidores.


Casa própria

Ao ver a mãe, Luciane Aparecida Cordeiro Simão, de 45 anos, receber sucessivas negativas em entrevistas de emprego em razão da paralisia infantil, há quase três anos André resolveu extravasar a dor por meio da arte que sua avó havia lhe ensinado.

Até então, ele e a mãe viviam com a renda fixa da pensão do pai do jovem, que morreu em 2011 vítima de parada cardíaca. Contudo, o valor do aluguel da casa onde viviam comprometia grande parte da receita. Foi quando André resolveu confeccionar peças de crochê para vender.

Após tomar conhecimento da história do garoto, na metade do ano passado, um grupo formado em uma rede social resolveu fazer uma vaquinha online para que André e a mãe pagassem as despesas da casa e do crochê.

Porém, a arrecadação superou em 137% o valor previsto e isso possibilitou a compra de uma casa para a família. Cerca de 1,1 mil pessoas colaboraram para esta conquista. A mudança da família para a casa nova ocorreu no final do ano passado.

"A vaquinha atingiu mais do que a meta. Com o dinheiro demos entrada na casa, parcelamos ela em 30 anos. Conseguimos comprar uma cama, dois guarda-roupas e um sofá mais confortável onde eu faço o crochê. Eu sou muito grato a todos que ajudaram", disse.

No primeiro ano do ensino médio, ele alia os estudos com a encomendas. Sem pensar em largar o crochê, ele já se prepara para cursar pedagogia. O jovem já recebeu pedidos de clientes de outros países, como Portugal e Colômbia.

"Eu senti um orgulho muito grande porque eu queria mostrar a arte do crochê para muito mais gente. Senti uma alegria muito grande, porque sei que não tem tantos homens na prática do crochê e eu queria mostrar que todo mundo pode fazer isso", afirma