A agência climática das Nações Unidas publicou nesta sexta-feira (18) um novo esboço do texto de negociação do acordo que os delegados da cúpula da COP 27 em Sharm el-Sheikh esperam alcançar nos próximos dias.

O evento termina oficialmente nesta sexta-feira (18), mas as negociações do acordo final foram adiadas até pelo menos este sábado (19), segundo informou a presidência da cúpula.

"Hoje precisamos mudar de marcha novamente, o tempo não está do nosso lado", afirmou o ministro egípcio Sameh Shoukry, que preside as negociações da COP27.

"Meu compromisso continua sendo o de encerrar esta conferência de forma ordenada amanhã [sábado, dia 19]".

O texto do novo rascunho, que se baseia em iterações anteriores menos formais, não estabeleceu a solução proposta para uma das questões mais controversas da cúpula, os acordos de "perdas e danos" para fornecer financiamento a países em desenvolvimento que sofrem eventos climáticos catastróficos.

O termo faz referência aos estragos destrutivos da crise do clima que esses países não podem prevenir ou se adaptar com seus atuais recursos. Um exemplo disso é o Paquistão, que ficou cerca de 1/3 submerso este ano depois de fortes cheias.

Em vez disso, o documento contém um texto de substituição, indicando que os delegados ainda estão buscando um consenso sobre o assunto.

A questão entrou na agenda formal da cúpula pela primeira vez, no que foi visto como um avanço em um assunto que há muito divide nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Desde então, no entanto, as conversas sobre o que fazer a seguir tiveram pouco progresso.

Na noite de quinta-feira (18), a União Europeia apresentou uma proposta para resolver o impasse.

A proposta do bloco concorda em criar um fundo especial para cobrir perdas e danos nos países mais vulneráveis ​​- mas financiado por uma "ampla base de doadores". Dessa forma, países emergentes que produzem altos níveis de gases de efeito estufa, como a China, teriam que contribuir, em vez de o fundo ser financiado apenas pelos países ricos.

À agência Reuters, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que os países desenvolvidos devem cumprir sua obrigação de fornecer financiamento aos países em desenvolvimento, e todos os países devem traduzir suas metas climáticas em "ações concretas".

"O lado chinês espera que a COP 27 se concentre na implementação completa e precisa dos princípios e objetivos do Acordo de Paris", afirmou Mao.

O texto abrangente do acordo, refletindo a intensidade das negociações finais, também reafirmou pontos-chave do documento com o resultado formal da COP 26 do ano passado em Glasgow e do acordo de Paris 2015 sobre limitar o aumento das temperaturas globais.

O texto diz que a conferência: "Reafirma a meta de temperatura do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais".

Com informações das agências de notícias Reuters e AFP. 


G1