O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), jantou na noite desta quarta-feira (7) com empresários em uma casa nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Na saída do jantar, ministros que participaram da reunião falaram que o encontro foi de "apoio" e de afirmação de “aliança” entre o empresariado com o governo federal e que houve um pedido de que o governo se "esforce" em prol da vacinação.

Participaram do jantar os ministros Fábio Faria (Comunicações), Marcelo Queiroga (Saúde), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Paulo Guedes (Comunicações). O evento ocorreu na casa do empresário do ramo de segurança Washington Cinel, próximo ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Do lado do empresariado, participaram 25 empresários de vários setores, como banqueiros, empresários da área de saúde e empreiteiros.

Aos jornalistas, os ministros disseram que, em nenhum momento, foram cobrados quanto à velocidade da vacinação e ao andamento das reformas no Congresso, pautas que estavam previstas pela categoria para a conversa.

Queiroga voltou a dizer que a prática de "lockdown" no país não é viável e reafirmou que possui a meta de vacinar 1 milhão de pessoas por dia. Mais cedo, em visita a Chapecó, em Santa Catarina, o próprio presidente da República já havia afirmado que não iria fazer "lockdown" nacional. Na véspera, o país registrou 4,2 mil mortes em um dia.

Em Chapecó, o presidente criticou novamente a adoção de medidas para restringir a circulação de pessoas, que são defendidas por autoridades sanitárias para frear o avanço da Covid-19.

Ele defendeu ainda "alternativas" às medidas de distanciamento social, como o fechamento do comércio.

"Seria muito mais fácil a gente ficar quieto, se acomodar, não tocar nesse assunto, ou atender, como alguns querem, que eu posso fazer, o lockdown nacional. Não vai ter lockdown nacional", afirmou Bolsonaro antes de jantar com empresários em SP.

Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse aos jornalistas após o jantar com empresários que divergências na discussão do orçamento de 2021 da União, ainda em tramitação no Congresso Nacional, são "normais", visto que pela primeira vez, segundo ele, "governo e Congresso produzem a peça a quatro mãos".

Isso porque ainda não há um acordo para que haja a sanção do Orçamento. As discussões envolvem supostos vetos de Bolsonaro às emendas parlamentares de responsabilidade do relator da proposta.