Fernanda Moreira da Silva, o companheiro e seis de seus oito filhos vivem em um pequeno barracão, na favela do Taquaril, na Região Leste de Belo Horizonte. Lá, eles dividem um só cômodo, que mistura quarto, sala e cozinha. Não há banheiro. Ainda.

Onze meses depois a história desta família, que enfrentava dificuldades até para lavar as mãos, um grupo de voluntários vai transformar a casa dela. Serão dois quartos, uma cozinha, sala e, finalmente, um banheiro dentro das quatro paredes.

“Eu não sonho muito. Sonho o que dá para sonhar. E eu sou muito grata por tudo isso”, disse Fernanda.

Ela engravidou pela primeira vez aos 15 anos de idade. Largou os estudos na quinta série e, com eles, o desejo de se tornar professora. Hoje, aos 37, Fernanda tem oito filhos, com idades que vão dos dez aos 21 anos. Seis vivem com ela, e os outros dois estão na casa da avó.

Assim como o companheiro, Fernanda está desempregada. Na pandemia, a situação se agravou – e, mais do que poder lavar as mãos, o grande desafio é poder comer todos os dias.
“Infelizmente, a gente tem passado aperto. Às vezes, eu consigo um quilo de arroz, feijão. A gente vive mesmo é de coragem”, contou Fernanda.

Agora, a expectativa dela é ver a casa pronta, arrumadinha, do jeito que tem imaginado desde que conheceu o casal de designers Isabella Rodrigues Vianna Fornaciari e Martuse Gontijo Fornaciari, responsáveis por organizar o projeto e arrecadar doações. Eles procuraram por Fernanda em abril do ano passado,

O contato aconteceu através do líder comunitário André Cavaleiro, responsável por trazer a história à tona.

“A gente começou a conversar com o André logo depois da matéria. Ele fez essa ponte com a família e outras famílias, inclusive. Desde então, a gente tem mobilizado parentes e amigos para ajudar. Agora, já temos pronto o projeto de uma nova casa”, contou Isabella.

Ao longo de 11 meses, Fernanda e os filhos receberam doações de alimentos e móveis. Mas a primeira grande transformação veio há poucos mese,s quando o banheiro da casa começou a ser feito.

A expectativa é que o imóvel seja entregue em menos de três meses. Nesse período, a família ficará em uma casa na mesma rua, alugada com a ajuda de doações.

“Eu vejo assim, tudo no lugar. As coisas guardadas, sabe? E quem sabe uma cama pra mim, né? Eu sonho o que dá para sonhar”, falou Fernanda.