O ex-médico Roger Abdelmassih confirmou ter sido agredido por um preso no dia 21 de outubro em seu leito na unidade de terapia semi-intensiva do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, em São Paulo, mas afirmou não imaginar o motivo da violência.
A declaração foi feita por Abdelmassih ao setor de apuração disciplinar da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). "Me senti muito ameaçado com toda essa situação", afirmou.
A agressão foi feita pelo preso Rafael Henrique Luqui, que estava em outro leito hospitalar. "Ele veio correndo e mancando e disse, Roger, chegou a sua hora", disse o ex-médico, condenado a 181 anos de prisão por crimes sexuais contra pacientes.
Com as duas mãos, o preso tentou esganar Abdelmassih, que foi salvo pelos enfermeiros e pelos agentes de segurança. Ao tentar se defender, o ex-médico chegou a machucar um dos dedos da mão.
Segundo nota divulgada pela secretaria, o preso que agrediu Abdelmassih teria uma parente que foi recentemente estuprada. Ele estava no hospital para tratar de uma fratura no fêmur. Ao saber da presença de Abdelmassih, resolveu atacá-lo.
Perícia recomenda prisão domiciliar para o médico
Abdelmassih está preso desde 31 de agosto, quando o Tribunal de Justiça revogou a prisão domiciliar, determinando que cumprisse sua pena na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista. Mas, por razões médicas, foi transferido para o centro hospitalar.
Perícia médica realizada no dia 29 de outubro apontou que Abdelmassih sofre de cardiopatia grave e irreversível. Em seu laudo, o perito José Ricardo Gomes de Alcântara disse à Justiça que o ex-médico deve ser tratado fora do ambiente do cárcere. O tratamento na prisão, afirmou, "pode precipitar descompensações ameaçadoras da vida".
A Justiça deve analisar nas próximas semanas novo pedido de transferência de Abdelmassih para a prisão domiciliar.