De acordo com boletim atualizado do Ministério da Saúde, foram confirmados 7.332 diagnósticos positivos em 24 horas, superando os 6.557 contabilizados em 21 de março, quando o país atravessava o pico da crise sanitária.

A diferença entre os dois momentos é a letalidade do Sars-CoV-2: naquele 21 de março, a Itália teve 793 mortes causadas pelo vírus, contra 43 hoje.

Ainda assim, este é o maior número de óbitos para um único dia desde 20 de junho, quando foram registradas 49 vítimas.

Segundo o Ministério da Saúde, o país contabiliza agora 372.799 casos e 36.289 mortes desde o início da pandemia.

Em apenas 14 dias, a Itália já soma 57.943 contágios em outubro e supera os totais dos meses de maio (27.556), junho (7.811), julho (6.997), agosto (21.702) e setembro (45.622). Março e abril tiveram 104.664 e 99.671 diagnósticos positivos, respectivamente.

O crescimento das infecções, no entanto, também pode ser explicado pela melhora da capacidade de processamento de exames moleculares para o Sars-CoV-2, o chamado RT-PCR.

De acordo com o Ministério da Saúde, foram concluídos 152.196 testes nesta quarta-feira, número recorde, contra os 26.336 de 21 de março.

Médias móveis


O balanço de hoje fez a média móvel de casos em sete dias subir para 5.552, cifra 215% maior que a registrada duas semanas atrás. Também é o maior índice desde 28 de março (5.556) - o pico ocorreu dois dias antes, com 5.643.

A média móvel de óbitos subiu para 33, alta de 68% na comparação com 14 dias atrás. Esse é o maior valor desde 24 de junho, com 37, mas ainda está longe da média de 814 mortes registrada em 2 de abril, recorde até agora.

O país também contabiliza 244.065 pacientes curados e 92.445 casos ativos, maior cifra desde 5 de maio (98.467), ainda antes do fim do lockdown. Do total de pessoas com contágios ativos, 539 estão internadas em UTIs, 25 a mais que ontem.


Lockdown 


Com a chegada da segunda onda da pandemia, começa a ganhar força o debate sobre um possível restabelecimento do lockdown na Itália, que já ficou em quarentena nacional de 10 de março a 18 de maio.

O governo, até o momento, descarta a hipótese de instituir um novo lockdown, mas já deixou claro que eventuais medidas restritivas dependerão da evolução da curva epidemiológica e do comportamento dos cidadãos.

Um dos mais renomados virologistas do país, Andrea Crisanti, propôs hoje a instituição de um lockdown durante o Natal. Isso ajudaria a achatar a curva de transmissão em um período de intensa circulação de pessoas, mas também seria um novo golpe nas já combalidas indústrias do turismo e do comércio.

"Acredito que um lockdown no Natal esteja na ordem do dia". Poderíamos reiniciar o sistema, reduzir a transmissão do vírus e aumentar o rastreamento de contatos", explicou Crisanti, professor da Universidade de Pádua.