Vovó já dizia que "cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém", não é mesmo? Então, mesmo se você já toma todas as precauções para diminuir o risco de se contaminar com o coronavírus, que tal criar mais uma barreira para reduzir ainda mais a possibilidade de contágio? Essa é a promessa dos tecidos antivirais, que já são usados por alguns fabricantes nacionais em máscaras e roupas


A médica infectologista Clarissa Cerqueira explica como o produto funciona: “Esses tecidos são impregnados com prata, que é um material que dá menor aderência e, consequentemente, uma menor chance de contaminação pelo micro-organismo. As bactérias, por exemplo, não conseguem se proliferar nessa superfície”, conta a especialista.

O gerente industrial e têxtil da Malwee, Luiz Thiago Ribeiro de Freitas, explica que a linha antiviral da empresa, a Malwee Protege, aplicou uma tecnologia suíça em seus produtos, adicionando um composto químico a esse tecido impregnado com prata.

“Primeiro, foi feito um teste separado da funcionalidade deste produto químico contra o SARS-Cov-2 (nome científico do coronavírus) num laboratório europeu. Depois que sua eficácia em inativar o vírus foi constatada, passamos para a sua fase de aplicação. Até porque posso ter um produto que funcione, mas a sua aplicação não”, desenvolve Thiago.


Em seguida, a aplicação no tecido foi atestada pela Unicamp (Universade Estadual de Campinas). Em tempo: 'inativar', termo usado por Thiago, significa tirar a capacidade de vírus e bactérias se conectarem às células humanas e, por consequência, se replicarem no nosso organismo. Isso acontece quando o químico aplicado e a prata impregnada entram em contato com a membrana externa do vírus. Pouco tempo depois, ele perde a capacidade de infectar a célula humana.

O processo de desenvolvimento foi muito próximo do que a marca Insider fez. Segundo Carolina Matsuse, uma das sócias da empresa, a aplicação de íons de prata no tecido “inativam a ação de 650 micro-organismos, entre eles o coronavírus e a H1N1” diz a sócia. A Unicamp também confirmou a eficácia do processo da Insider.

Carolina afirma que o benefício dos tecidos antivirais está na interrupção desse ciclo de transmissão. “Além de evitar a contaminação direta, ou seja, através de partículas expelidas durante a fala, os nossos produtos ainda evitam a contaminação cruzada, que é aquela pelo contato das mãos nas superfícies contaminadas”, afirma.


Ela completa lembrando que a recomendação da Insider é que a máscara pode ser usada durante um dia inteiro, sem necessidade de troca. Quanto à lavagem, não preciso ser feita constantemente, pelo fato do vírus ser “quase que instantaneamente inativados”. Segundo as marcas, a eficácia é de 99,99% de eliminação do vírus, em até cinco minutos. 

A linha da Malwee Protege aposta em preços mais populares para suas camisas, que são em tecido algodão e, por enquanto, são camisas lisas em diversas cores. Cada peça adulta sai por R$50 e a infantil por R$40. Na Insider, a camisa antiviral custa R$99.

Fonte: Correios 24H